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sábado, 30 de novembro de 2013

Carinhosa D. Dulce

A simpática velhinha D. Dulce anda preocupada com o Sr. Dr. Mário Soares.

Senhora dos seus 77 anos, bem conservados, teve uma vida difícil e cheia de sacrifícios. De origens simples, como a maioria das raparigas da altura, mal foi à escola e cedo começou a trabalhar, primeiro em casa ajudar a mãe a criar os irmãos e com 12 anos começou a servir na casa do Sr. Doutor médico. Cedo se casou e fartou-se de trabalhar e de passar fome para conseguir criar os quatro filhos.

Enfim, uma vida difícil e quase igual a todos da sua geração.

Para a D. Dulce a vida só começou a fazer algum sentido quando apareceu o Dr. Mário Soares que organizou e fez o 25 de Abril, vendeu todo o ouro que o sacana do Salazar tinha escondido, tirou todos os bens aos ricos e correu com eles para o Brasil. Depois, distribuiu pelo povo e foi assim que as crianças, pobres e velhinhos começaram a receber os vales todos os meses.

Para a D. Dulce a coisa resume-se a Deus no Céu e Mário Soares na terra, de tal maneira que conta que quando a levam à Nossa Sra de Fátima reza sempre pelos seus e pelo Dr. Mário Soares.

O facto de a história não ter sido bem assim e as histórias que contam sobre o Dr. Mário Soares não a convencem e despacha tudo como mentiras e calunias dos fascistas e comunistas que matam os velhinhos e comem crianças.

E não adianta convence-la do contrario porque tal como a grande maioria da sua geração o Dr. Mário Soares é um santo e um herói.

Mas tal como iniciei, a D. Dulce anda muito preocupada com a actual postura do Dr. Mário Soares, não parece ele, não diz coisa com coisa e parece estar possuído pelo demónio ao querer tudo à pancada. 

Para ela, o estado actual do Dr. Mário Soares só pode ser fruto de uma macumba ou bruxaria de um desses bruxos africanos que por ai andam a espalhar papeis na sua caixa de correio, a mando dos fascistas para  retomarem o poder e tirar os vales às crianças, pobres e velhinhos.

Quem sou eu para a contradizer.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

FB

Mesmo que a uma longa distancia as tecnologias de informação fazem-nos parecer estar em casa, não fosse estar num quarto de hotel e a luz do dia por aqui não ter a mesma luminosidade.

Entre as notícias dos jornais da Bairrada que ditam o encerramento da Repartição da Finanças e da EPVL, recebi um mail do meu primo com algumas coscuvilhices.

E pelos vistos está para muito breve uma decisão sobre a Fundação do Buçaco.

Segundo fonte bem posicionada, ou seja o meu primo Zé Lérias, já existe uma decisão, embora não saiba qual, mas que vai passar por uma das situações:

- Nomeação de um presidente, em principio em regime de part-time para que possa acumular o cargo com outras funções;

- Ou pura e simplesmente a solicitação de extinção da Fundação, alegando incumprimento da parte do governo central nas obrigações assumidas na constituição da fundação.

A demora no processo, provocado em grande parte com o pedido de demissão do actual presidente da Fundação, consta que tem a ver com a demora na resposta aos pedidos de informação e de parecer feitos aos serviços centrais e restantes entidades envolvidas.

Seja qual for a decisão final, tudo aponta para uma solução que altere o figurino da gestão da mata do Buçaco e (no meu ponto de vista é para) de alguma forma disfarçar o facto de o actual executivo camarário  (e o conselheiro para as nomeações) não conseguir encontrar alguém disponível e altura do actual presidente da Fundação.

O Eng. António Franco, embora criticado por alguns saudosistas que sempre viram o Buçaco como uma coutada privada, conseguiu com escassos meios e em pouco tempo, que a mata do Buçaco fosse falada, divulgado e assim valorizado, e o mais importante foi ter conseguido envolver a comunidade quer individualmente quer colectivamente, na participação das varias actividades e na participação voluntária na recuperação e manutenção da mata.

Não sei se nalgumas coisas fez bem ou mal, o que sei é que fez, e notoriamente criou uma visibilidade sobre a mata do Buçaco que não tinha.
Não adianta termos um tesouro se não for devidamente dado a conhecer.

No meio de toda esta salganhada tenho umas dúvidas que me apoquentam há muito:

Por que razão o Eng. António Franco solicitou a demissão? Para não correr o risco de lhe acontecer algo parecido com o saneamento da Dra. Filomena Pinheiro? Será que tinha alguma informação de que isso poderia acontecer e não quis dar o prazer ao Dr. Rui Marqueiro de o demitir?

Todas estas divergências, desencontros, inimizades, conflitos são só diferenças de opinião?

Não me parece. Há aqui qualquer coisa que me está a escapar.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O Circo

Novidade ou não, é que o circo político do concelho continua no próximo dia 6 de Dezembro. A concelhia do PS vai a votos e tal como já era previsível, um dos candidatos teria que ser uma das figuras que consta nos outdoors do PS da campanha eleitoral autárquica que teimam em permanecer por ai espalhados. Agora é só tapar os elementos que não interessam e sempre se poupam umas massas em propaganda, já que o slogan parece ser o mesmo.

A contagem das espingardas já começou e estou curioso em saber qual vai ser o posicionamento do comandante dos militantes do Luso que como já aqui escrevi é que tem ultimamente decidido o resultado final.

De um lado o Engº. António Jorge Franco com obra feita, enquanto vereador e presidente da Fundação do Buçaco e do outro lado a Engª. Arminda Martins como delfim do actual presidente da câmara municipal que não se pode recandidatar.

Com os actuais estatutos o eleito presidirá os destinos do PS concelhio até às próximas eleições eleições autárquicas e que também se espera que seja a o início da anunciada reforma do Dr. Rui Marqueiro.

Na concelhia do PS e ainda mais quando começou a tomar conta dos destinos do concelho, têm sido muitas e constantes as clivagens internas e garantidamente nenhuma teve a ver com divergências de opiniões, as guerras tem tido sempre a ver com o assalto ao poder e dos consequentes tachos.

No entanto, justiça seja feita, uma das grandes virtudes do PS concelhio é a hipocrisia que impera nalgumas ilustres figuras que no meio de facadas, ódios, cinismo, traições e vinganças, conseguem transparecer para fora uma imagem de paz, embora que podre.

Nesta matéria os restantes partidos do concelho tem muito aprender com o PS.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sou Ateu, graças a Deus.

Converti-me ao ateísmo porque sou de facto ateu.
 
E afirmo-o não com orgulho, como o Sr. Dr. Mário Soares, como se isso represente algo de superior, por não estar sujeito ou subjugado a qualquer crença que não seja a liberdade de pensamento.

Fui como quase toda a gente que me rodeia baptizado e casado pela igreja, educado no seio de uma família católica, com uma pratica q.b.
 
No entanto, talvez por ter sido sempre um pouco rebelde e do contra, nunca levei a questão muito a sério e com o tempo as muitas certezas que me tentaram impor tornaram-se em dúvidas, muito duvidosas.

Francamente tenho pena em não acreditar e praticar uma religião, porque se assim fosse seria com certeza muito mais livre de dizer e fazer algumas maldades a certas alminhas que gravitam no meu universo.

Tenho alguma inveja dos que acreditam e que utilizam a religião como um caminho e uma protecção das suas condutas diárias.
Não vejo nisso nenhuma falsidade, se acreditam é porque alguma razão têm para isso.

O facto de acreditarem que há alguém ou algo superior que os vai perdoar, nem que seja a troco de pesadas penitencias, permite sem dúvida, uma maior liberdade de errar ou de fazer mal, mesmo que o façam conscientemente, porque sabem, mesmo que inconscientemente, que tem a almofada da sua crença.
O justificar os imponderáveis como uma vontade de Deus também reconforta.

Só por esta razão de ideias é que consigo compreender certos actos, atitudes e comportamentos de certos indivíduos. Não tivessem eles uma certa anuência e o perdão da religião com certeza teriam outra postura e outro tipo de comportamento perante os seus semelhantes. 

Note-se que não há conhecimento de nenhum mafioso ateu, todos os mafiosos que se prezam são muito crentes em Deus.

Resumindo, pura e simplesmente não acredito que haja algo para além da morte, tenho a certeza que irei para o mesmo lugar de onde vim, para nenhures.
Por isso concordo com quem escreveu que "a religião é um estratégia para fingir que a morte não existe" e por isso, digo eu, os julgamentos devem ser feitos em vida e pelos vivos.

Globalização

O trabalhar numa organização que está espalhada por quatro continentes dá-me uma percepção de quão diferente são certas culturas. Ao contrário do pensamento corrente de que as Tecnologias de Informação irão a curto prazo unificar culturalmente os povos, até existe uma corrente que afirma que o mundo tem tendências a ocidentalizar-se, eu penso e tenho essa experiência, que as novas tecnologias servem é para acentuar as grandes diferenças que existem entre as várias culturas e subculturas dos vários povos que habitam o nosso planeta.

Por exemplo tentem trabalhar, mesmo que à distancia como foi o meu caso, com um indiano que na sua maioria são crentes no hinduísmo. Para nós ocidentais o tempo é um dos bens mais precioso e escasso, para eles que acreditam na reencarnação, o tempo é uma coisa relativa ou seja acreditam que se não o fizerem nesta vida terão oportunidade de o fazer numa próxima.

Um colega que lá se deslocou, foi convidado para um almoço de negócios, que ao contrário dos nossos costumes, foi realizado em casa do anfitrião com toda a sua família e perguntaram-lhe se não tinha uma foto da família para mostrar. Para eles a família é importante, um pilar fundamental na sociedade e não são dados a grandes individualismos. As grandes decisões são tomadas com o consenso da família ou do grupo onde estão inseridos. As pessoas mais velhas são respeitadas e as suas opiniões tidas em consideração.

Mas se nos virarmos por exemplo para a Finlândia é tudo precisamente ao contrário. São de uma frieza estrema, o chegar atrasado uns 3 minutos é o suficiente para que uma reunião marcada com um mês de antecedência já não se realize, e o facto de o voo se ter atrasado, não é desculpa porque como foi explicado a um colega, "se era tão importante porque é que não veio no voo anterior".
São pouco dados a grandes intimidades e não gostam de ser tocados, pelo que para não sermos mal-educados devemos manter sempre uma distância do nosso interlocutor de mais ou menos um metro e meio.
Perguntar pela família é encarado como um abuso e invasão à privacidade.

Por isso, quem tem que tratar de qualquer assunto com pessoas de outras culturas deve previamente informar-se do que pode ou não fazer, para não acontecer o mesmo que um amigo empresário aqui da região de Coimbra que estragou um possível negocio, por simplesmente ter cruzado as pernas quando falava sentado de frente para 3 empresários da Arábia Saudita, nuns sofás de um hall de entrada num hotel em Lisboa.
Os árabes que tinham vindo a uma feira a Lisboa, levantaram-se num ápice a resmungar, e o meu amigo que tinha tido um imenso trabalho diplomático para os convencer a escuta-lo, para uma possível parceria, ficou assarapantado sem saber o que tinha dito de errado.
Só veio a saber mais tarde que nunca e em circunstancia alguma, se deve mostrar a parte debaixo do pé a um árabe, que para eles é um dos maiores insultos e de forma alguma tolerado.


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

ACB


Conforme já estava decretado, a Associação de Carnaval da Bairrada vai ser (parece que à força) transferida para algures nas instalações da antiga JNV.

No entanto, o executivo camarário descobriu agora que o barulho produzido pela malta do carnaval pode vir a incomodar a vizinhança, pelo que já decretou a mudança como provisória.

Presumo que o provisório, seja isso mesmo, provisório até que seja necessário demolir as instalações para onde vai ser agora realojada, e assim, de demolição em demolição até á extinção.

Nunca fui de grandes carnavais, participei nalguns cortejos quando tinha pernas para isso e depois fui-me desligando porque a coisa começou a mostrar-se muito violenta para as minhas pernas, pouco dadas a sambas.

A ACB organiza o evento que foi criado e desenvolvido por uns visionários  (para a altura) e que teve um período áureo aquando do êxito das novelas brasileiras, foi esmorecendo com os anos e no meu ponto de vista tem os dias contados, pelo menos nos moldes em que se tem realizado nos últimos anos.

Ser um evento de rua que se realiza em pleno inverno com meninas peladas;
O ter inexplicavelmente virado as costas aos mealhadenses pensando que seriam auto-suficientes com os forasteiros;
O ser organizado numa base de puro amadorismo e carolice;
O facto de a câmara municipal estar só com um pé lá dentro e outro cá fora;
O facto de o evento actualmente só ser possível de ser realizado com o subsídio da câmara municipal que no último ano foi, além do apoio logístico, a comparticipação de 75.000 euros e que gera muita inveja das outras colectividades concelhias.

São para mim, motivos mais que suficientes para não vislumbrar grande futuro ao evento.

A ver vamos.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lápis azul transparente.

Há silêncios que incomodam.

O caso da ex-vereadora Dra. Filomena Pinheiro, que alegadamente foi impedida de retomar o seu lugar na EPVL, continua a ser tabu para o Jornal da Mealhada.

È impressionante e preocupante que o assunto não seja objecto de uma única linha, o que tem dado azo às mais variadas interpretações e a mais evidente é que o jornal obedece a certos interesses.

Com este tipo de linha editorial, fico preocupado não só pela sonegação de informação, como passo (legitimamente) a duvidar das intenções da publicação de certas notícias.

Memorias fracas ou fracas memorias?

Uma das minhas grandes paranoias é registar tudo, talvez para contrabalançar a minha (cada vez mais) fraca memória. Tenho apontamentos, notas, rascunhos, rabiscos e riscos que gostaria de lhes chamar desenhos, tudo em vários cadernos, agendas e folhas soltas que vou guardando com recortes de jornais e revistas.

O acervo já com alguma dimensão está espalhado cá por casa e pela casa dos progenitores.

Aguardo que um dos filhos consiga ser eleito para presidente da câmara municipal para me ceder um espaço, para criar a minha fundação e/ou o meu arquivo morto.

Volta e meia, á procura de algo, perco-me na leitura do emaranhado de informação que fui criando, como foi o caso de ontem quando procurava por uns apontamentos de uma reunião em que participei e que não sabia ao certo se tinha ocorrido em 2008 ou 2009.
Acabei por me perder na leitura apontamentos, noticias, cronicas e até encontrei uns prints de textos de blogs, muito activos na altura.

È espantoso reler o que se escreveu na altura das eleições autárquicas de 2009 sobre certas pessoas, que na sua maioria já se arredaram da politica concelhia.

Uma das pessoas mais visadas na altura e brindado sempre com adjectivos muito pouco simpáticos, foi o Sr. João Peres, na altura eminente figura do PSD e apoiante do candidato César Borges Carvalheira.

Fico surpreendido (ou talvez não) que os que escreveram, o que escreveram na altura, não o tenham feito nos mesmos moldes, quando a mesma pessoa apoiou e ajudou a eleger o candidato do PS Sr. Dr. Rui Marqueiro nas recentes eleições.



Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades?

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Volta MM que estás perdoada...



Depois de uma semana migrado na capital aturar mouros, regresso às origens para encontrar tudo na mesma.

Fim de semana dedicado em exclusivo à família e só hoje tive hipótese de dar uma vista de olhos pelo JM, para ler o que já tinha lido nas consultas periódicas que vou fazendo pelo site na esperança de ser esclarecido.

O meu interesse pelo JM cada vez mais passa pela pagina de necrologia para saber quem foi desta para melhor e para ler as cronicas dos "marretas" que por enquanto ainda vão tendo alguma liberdade na escrita.

Esta semana destaque para a cronica do Sr. Artur "Enfermeiro" candidato e eleito para a assembleia da "União de Freguesias da Mealhada e companhia" que vem responder à carta entregue pela calada da noite pela freguesia da Antes nas vésperas das eleições autárquicas.

Na altura tive a oportunidade de ler a carta (assim como uma homologa que foi dedicada à freguesia de Ventosa do Bairro) assinada por destacados dirigentes do partido Socialista do concelho e que eram publicações próprias dos tempos áureos do PREC.

Cartas próprias de gente atrasada e que infelizmente foram pouco ou nada divulgadas, presumo com o propósito de não expor a nu o género de pessoas que governam o concelho.

Quem redigiu e subscreveu aquelas cartas demonstrou uma imensa falta de ética e de postura democrática, e são os mesmos que agora depois de tomado o poder e de terem os seus ordenados garantidos, vem agora tentar passar uma imagem contraria, ao tentarem passar a mensagem de dialogantes, seja a ouvirem as populações para certas obras lançadas pelo anterior executivo, seja a proporem-se a ouvir os partidos da oposição em assuntos ditos importantes.

Tanta hipocrisia junta, mete dó.  

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