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sábado, 28 de setembro de 2013

A minha reflexão


Com muita pena minha não consegui fazer uma cobertura capaz e cabal sobre a campanha eleitoral do nosso concelho.
O trabalho, a família, uma vida social muito preenchida e por fim uma virose no computador, impuseram-se sobre esta nobre actividade de mal dizente.
Mas tirem os cavalinhos da chuva os senhores e/ou as senhoras que mandam uns mails pretensamente ameaçadores. Escusam de se chatearem, porque para já estou para ficar e as minhas eventuais ausências nada tem a ver com as vossas ameaças. Aos outros, que tal como eu por baixo de um sombrio anonimato, enviam para a minha caixa de correio matéria altamente explosiva, não posso deixar de agradecer, mas compreendam que o material que tenho recebido é de tal maneira tóxico que a sua publicação no mínimo iria provocar umas indesejáveis deslocações ao edifício amarelo, ao lado da Biblioteca Municipal.



Como estamos em período de reflexão nada me impede de reflectir sobre os nossos nobres candidatos ao cadeirão do palacete municipal.


Então é assim:




Bloco de Esquerda do Ricardo Coelho

Louvo e valorizo quem se disponibiliza para estas lutas, mas há um mínimo. Estas coisas não vão lá só com boas vontades e carolices. Na única vez que os vi na rua, o rapaz cabeça de cartaz parecia andar perdido e com cara de frete. Os cartazes e folhetos de propaganda, bom, eram de meter dó e medo.

Para quem está a pensar em votar em branco ou anular o boletim de voto, tem aqui uma boa oportunidade de ajudar estes pobres coitados.

PCP do João Louceiro

Para mim foi uma agradável surpresa a postura do Prof. João Louceiro. Grande atitude democrática e um político que sabe estar. Não é muito vulgar cruzar-me com malta do PCP tão civilizada e aprumada.
Não posso de chamar atenção da sua lista para a freguesia do Luso, para mim a melhor para aquela freguesia.

Penso que é o candidato ideal para quem quer um presidente de câmara opositor aos governos do bloco central e um defensor da classe operária.

Juntos pela Mealhada (PSD e Comp. Lda) de Gonçalo Louzada

Sou franco, tenho alguma dificuldade em falar deste candidato porque são poucas a informações que me chegam.
Parece-me que começou menos bem e com o andamento foi melhorando. Pelo curriculum tem muito que tratar e por isso não é gajo de cafés e bailaricos, o que nesta altura é mau porque são poucos os que o conhecem.
Pelo pouco que ouvi dos debates e li não me parece que tenha aquela estaleca politica que por vezes é necessária para achincalhar os adversários nas campanhas politicas. Aparentemente parece que quer transparecer que o único objectivo que o move, é o serviço à comunidade, pelo que se não ganhar tem todas as hipóteses para ser convidado para presidir alguma ONG.

Candidato ideal para quem está farto de politiqueiros e que não queira correr o risco de ter um presidente que abdique do cargo, para ir a correr para um poleiro mais alto.

PS do Rui Marqueiro

Uma grande decepção.
Eu sei que já estão a pensar que só sei desancar neste candidato. Mas para mim foi uma grande desilusão. Tinha uma ideia totalmente diferente do homem. Além do mais esta-se sempre a pôr a jeito e depois também é de onde tenho mais fontes de informação.

Sendo dos quatro o que tem maior curriculum político foi o que demonstrou pior desempenho, com atitudes de muito nervosismo. Se ganhar é devido ao facto de a maior parte dos eleitores não terem assistido aos debates políticos e à sua postura na campanha.

Sempre muito arrogante, constantemente com posturas pouco democráticas, tentando sempre ridicularizar e rebaixar os seus adversários, principalmente o seu mais directo adversário. As suas intervenções escritas e orais começaram sempre por críticas aos outros, apelidando de ignorantes, incompetentes, inexperientes, sem curriculum, enfim só ele que é digno do lugar e nem sabe porque é que tem que haver eleições.

O processo da sua eleição (eu diria nomeação) para candidato pelo PS, com contornos pouco éticos; o excluir elementos que muito fizeram pelo partido por pura mesquinhice; o tratamento que tem dado aos seus adversários; e alguns actos de propaganda, como as cartas que saíram para a rua, pela calada da noite passada, nas freguesias da Antes e Ventosa do Bairro, a denegrirem os adversários com alguns termos a roçar a injúria, fizeram com que eu ficasse com muita má impressão do candidato do PS.

Portanto para mim é o candidato ideal para quem está preocupado com as taxas de desemprego, porque se ganhar, além dele, mais alguns que o acompanham ficam com o emprego garantido.


Concluindo, estou muito indeciso mas até amanha logo decido.

Meus amigos votem em consciência.

domingo, 22 de setembro de 2013

Em off-line

Nao acredito em bruxas mas se calhar vou precisar de consultar uma.

Quando estava a terminar o post sobre a saga "Eleitos" o PC aparentemente foi-se.

Resultado, estou a tentar escrever este texto no telemovel mas nao é facil, porque tenho os dedos muito grossos.

Vou fazer os possiveis por nao demorar muito a voltar com novidades.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Cenas do quotidiano


È frequente encontrar em locais publicos pessoas a falarem ou a berrarem ao telemóvel, muitas das vezes com conversas que deviam ser produzidas em locais recatados.

Pelo tipo de vida que levo, acontece-me frequentemente ter que conviver com esta especie de gente, quer seja num restaurante, numa esplanada, nos transportes publicos ou até numa fila enquanto aguardo por um atendimento.

E ouve-se de tudo, até o mais improvável, como o que assisti hoje, enquanto aguardava por um colega num passeio de uma rua movimentada.

Um individuo com estilo de executivo, de fato e gravata, encostado a um carro estacionado, de costas para o passeio combinava ao telemovel um encontro.

Depois de muitas lamechisses, às paginas tantas diz:

Vá, não te demores e não te esqueças de levar uma saia larga para não acontecer o mesmo da semana passada com a porra das Leggings.

(......)

Não, a minha mulher agora anda com o Jeep para levar e buscar os miudos à escola, e eu ando com o Corsa.

(......)

Hááá, não te esqueças de levar os Dodot´s....

Ainda olhei para os lados para ver se seria alguma cena para os apanhados, enquanto o tipo entrava no Corsa para se ir limpar aos Dodots.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Dia cinzento

Acordei cedo e como o dia, vestido de um sol radioso e temperatura amena tipica deste jardim à beira mar.
Só nao aprecia o nosso clima quem nunca de cá saiu.

Saio de casa com muito boa disposição tal qual o dia prometia.

Encontro o meu amigo Tó Zé à porta de casa amuado e de partida para os HUC, onde amanhã vai ser intervencionado a um problema que o afecta à mais de um ano. Na ultima conversa que tivemos na semana passada estava revoltado pelo facto de nunca mais ser chamado para a dita intervenção e agora estava receoso e arrependido de ter feito tanta pressão, porque afinal as dores nao eram assim tao fortes e se calhar havia muito boa gente com doenças mais urgentes.

Rumo ao centro da capital do concelho e passo por alguns cartazes que anunciam os candidatos à camara municipal e juntas freguesia. Algumas das caras deviam ser retiradas das vias publicas porque metem medo ao susto.

Entro na CGD e tenho cinco ou seis pessoas à minha frente à espera de serem atendidas. Nenhuma corresponde ao meu sonoro "bom dia", tal como os funcionarios estão com cara de poucos amigos e muito sizudos. Só faltava o caixão para completar uma cena funebre.

Despachado dos assuntos bancarios, atravesso a rua para sentar-me na esplanada para aproveitar o sol, tomar um cafe e ler o JN da casa. Ao fim da quinta pagina desisto de ler tanta desgraça e começo a tremer de frio.

O dia para mim a modos que começou a ficar cinzento.

Vim para casa e apanhei um valente susto, quando tive que parar para ceder a passagem a outra viatura, e fiquei a dois metros do cartaz do Bloco de Esquerda.

QUEREDO quem são aquelas almas?

Estou em casa à espera que o ansiolítico faça efeito e sem vontade de sair nos proximos dias.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Só para alguns.



Ontem almocei com um amigo de longa data. Chama-se António e são daquelas amizades que mantenho com base nas novas tecnologias de comunicação, complementadas de tempos a tempos à mesa, de preferência com uma travessa de leitão e um bom espumante fresco, num dos restaurantes da Mealhada (segundo ele, não vem à Mealhada só para me ver).

E quando isso acontece é para mim uma grande satisfação porque além de o rever, aprendo mais com ele durante a refeição do que em muitas formações e livros de grandes gurus.

O Antonio para muitos será um empresário, mas para mim é muito mais do que isso, é um inventor, empreendedor e realizador de sonhos.

Iniciou a sua atividade profissional, logo após terminar com boas notas o curso de direito, numa multinacional de consultoria e passados dois anos foi convidado para diretor de uma companhia de seguros, onde esteve perto de cinco anos, dois em Portugal e os restantes na Suíça. A companhia acabou por ser adquirida por uma congénere e ele entre ter que aceitar o convite dos novos patrões para ir para um país da América Latina ou negociar a sua saída, optou pela segunda hipótese e rumou a Lisboa.

Embora com vários convites de trabalho com bons ordenados e regalias, optou por pôr em prática os conhecimentos adquiridos em beneficio próprio.

Adquiriu um pequeno restaurante numa zona velha de Lisboa e esfalfou-se durante dois anos, trabalhando doze a dezasseis horas por dia, os sete dias da semana, para rentabilizar o investimento. Passados quatro anos após o início da sua aventura na restauração tinha um dos restaurantes mais in de Lisboa e tinha mais três fast-food em centros comerciais, onde iniciou um novo conceito de alimentação e empregava ao todo 28 pessoas.
Vendeu os negócios da restauração por uma pipa de massa a um grupo de investidores, que entretanto desenvolveram o negócio que hoje é uma marca conhecida e está presente em quase todos os centros comerciais.

Com parte do capital ganho, rumou com a noiva para o nordeste brasileiro onde comprou uma estalagem meia abandonada à beira-mar e com uma grande extensão de terreno.
Após reabilitar a estalagem e plantar grande parte do terreno com árvores de frutos tropicais, diz ele que pouco ou nada fazia, só mandava fazer. Andou mais de um ano de calções e t-shirt, e os dias eram invariavelmente a pescar, a namorar, a passear de jeep, a namorar e pouco mais. No entanto continuava a prosperar, de tanto namorar, a noiva engravidou, e os negócios da estalagem e da fruta evoluíram de tal maneira que entre arranjar alguém para o ajudar ou vender, optou novamente pela segunda hipótese. Despachou a estalagem a um clube de férias inglês e as frutas a um fazendeiro vizinho. Mais uma vez realizou um grande lucro, mas desta vez, segundo o próprio, sem grande esforço.
Parte dos reais foram para comprar uma casa à beira mar, próxima da estalagem onde viveu aproximadamente quatro anos e para onde ruma para passar férias duas vezes por ano.

Regressou a Portugal, matriculou-se num mestrado de gestão e enquanto estudava fazia uns part-times na empresa de consultoria onde iniciou a sua atividade profissional.

Com o mestrado concluído e sem saber ao certo o que fazer como ele, dedicou algum tempo a visitar grandes cidades europeias para ver as modas. Fruto da pesquisa que fez e mais pelo que viu, arriscou no que à partida parecia o negócio mais improvável. Criou e montou um negócio de exterminar pêlos.

Começou por uma "clinica do pêlo" na zona de Alvalade e passados três anos, tem quatro por sua conta e mais onze espalhadas pelo país, franchisadas. Segundo ele é um negócio que não para de crescer. Inicialmente tratava de eliminar pêlos em certas partes do corpo a mulheres e agora elimina pêlos ao corpo inteiro a mulheres e homens.

Deu-me agora a notícia que está em vias de vender o negócio, com uma grande mais-valia, a uns investidores africanos que estão apostar forte em negócios de moda.

Mas afinal qual é o teu segredo para o  sucesso nos negócios?

Simples, nunca olho para o negócio numa perspetiva de autoemprego, tudo o que faço é numa perspetiva de lhe acrescentar valor, reduzo os custos fixos ao mínimo e o máximo aos custos variáveis, muito, mas muito seletivo na escolha dos recursos humanos e premeio sempre os colaboradores que me ajudam a obter os objetivos previamente planeados. Complemento tudo com boa disposição, empreendorismo e uma boa dose de inovação.
Por muitas voltas que o mundo dê as pessoas necessitam e vão continuar sempre a necessitar de comer, vestir, e principalmente de sonhar. Se conseguires uma maneira melhor e diferente de as satisfazer estás sempre safo.


Até parece fácil!

domingo, 15 de setembro de 2013

A caminho de Santiago

Quando deparo-me com certos enigmas não paro de vasculhar por um esclarecimento.
Nas minhas passeatas a pé ou de bike pelas urbes e arredores do meu raio de acção, já tinha reparado numas sinaléticas estranhas. E digo estranhas porque a nível de sinalização estamos muito mal servidos. É frequente ter que dar indicações a viajantes perdidos pelas nossas ruas, invariavelmente à procura dos sítios “onde se possa comer leitão”
E inicialmente foi o que me ocorreu, pensei tratar-se de sinalética idealizada e fixada por algum proprietário de um restaurante mais empreendedor e visionário. Mas quando vi o mesmo tipo de sinalética em caminhos de uso agrícola torci o nariz à ideia do empreendedor visionário. 

Então fiz o que normalmente qualquer gájo civilizado faz, Googlar e completar a busca com a rede de informadores, que no meu caso se resume a passar um bocado no tasco da aldeia.

Conclusão, a sinalética que me intrigava foi colocada pela Câmara Municipal para indicar o caminho aos peregrinos de Santiago de Compostela. 

Como por vezes dá-me para fiscal, ontem madruguei, peguei na bike de todo o terreno e munido do mapa gamado no site do município rumei para o estremo Sul do concelho para fazer o percurso afecto ao nosso concelho. 

Confesso que não foi fácil, perdi-me duas vezes, mas dou de barato o benefício da dúvida, porque a sinalética foi pensada para peregrinos a pé e não para pedalantes com calções de licra.
 
Mas o principal motivo deste post tem a ver com uma pequena seta da dita sinalização que foi afixada num prumo de um outdoor que actualmente ostenta a figura do candidato do PS. 

Tratando-se de uma sinalização que não é provisória, pergunto. 

Se a estrutura do outdoor é do PS e portanto é para desmantelar após as eleições, qual foi a ideia de lá colocar o sinal no prumo?

A não ser que a estrutura do outdoor seja um equipamento municipal, mas nesse caso o que lá faz a foto do Dr. Rui Marqueiro?


sábado, 14 de setembro de 2013

Cabral, o mal amado,

Talvez seja o político concelhio com mais tempo na política activa, o que ocupou por mais tempo o gabinete presidencial e por isso devia merecer melhor consideração e respeito dos seus pares do partido.

Os últimos desenvolvimentos, como foi o caso da última Assembleia Municipal em que o PS se fez representar por "meia dúzia de gatos-pingados", tem demonstrado aquilo que para mim é há muito uma certeza.

O professor Carlos Cabral sempre foi o mal-amado do PS concelhio, porque obteve a cadeira da presidência da câmara municipal sem nunca ter passado por um verdadeiro crivo do partido.

Iniciou a sua actividade politica muito novo e em 1979 assentou praça na vereação da câmara como representante da esquerda afecta ao partido comunista, de onde foi pescado em 1989 pelo então e agora candidato Rui Marqueiro, para seu braço esquerdo.

O convite foi simplesmente por conveniência política da época, porque as afinidades eram poucas ou nenhumas. Até ali tinha sido um dos maiores críticos às gestões camarárias, intervaladas pelo PS e PSD.

A sua ascensão ao topo dá-se poucos meses antes das eleições de 2001, forçada pela saída do Dr. Rui Marqueiro que opta por voos mais altos e para o aparelho do partido foi sempre vista como uma situação temporária e aceite com muitas reticências. Para o Dr. Rui Marqueiro também foi uma maneira de deixar a porta entreaberta.

Logo nas eleições que se seguiram em 2001, foi a tourada que se viu, que originou uma intervenção dos órgãos nacionais, a criação do MOI e a consequente expulsão de uma serie de militantes.

Passados anos, já com o aparelho tomado pelo Dr. Rui Marqueiro e companhia, depois de muitas guerrilhas internas, quando já muitos rezavam a extremonção politica ao Prof Carlos Cabral, vem a ordem do Largo do Rato que obrigava as concelhias a reconduzir os candidatos que já se encontrassem em funções.
O Dr. Rui Marqueiro para não perder a face, lá conseguiu enfiar dois vereadores e o Presidente da Assembleia Municipal mas só com a intenção de azucrinar a cabeça ao Cabral.

Nos entre tantos,  o Professor foi criando dentro da estrutura partidária poucos amigos e muitas inimizades. As maiores críticas e oposição à sua gestão vieram de dentro do seu agora partido. Nalgumas situações foram elementos de outras forças partidárias que tiveram que vir em sua defesa.

Muitos dirão, mas ganhou com maioria absoluta 3 eleições autárquicas.

Sim é verdade. Mas aqui entra a teoria do meu primo Zé Lérias. Qualquer candidato do PS no concelho da Mealhada tem grandes hipóteses de ganhar.
E se a teoria não estivesse certa e as eleições fossem ganhas tendo em consideração os candidatos, o Professor Carlos Cabral tinha sido eleito quando era cabeça de lista pela APU (Partido Comunista e Comp. Lda), ou seja oportunidades não faltaram para os eleitores o eleger.

E foi não perceber isto que o tramou. Embora não lhe seja fácil engolir, de facto quem ganhou as eleições foi o PS e não o Professor Carlos Cabral.

Mas partidarites à parte, foi um bom presidente de Câmara?

Na minha opinião não foi mau, mas muito longe daquilo que eu entendo ser um bom presidente de câmara.
Aliás, para mim definiu-se quando se congratulou quando o criticaram de fazer uma gestão de merceeiro.

Ora, eu não tenho grande admiração por merceeiros.
Primeiro se fossem tão bons como se diz, não estavam em vias de extinção e depois um deles foi a causa de muitas palmadas que levei da minha mãe, porque dava-me o troco em rebuçados.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Intrusão

Já passava das 2  horas quando fui acordado pelo som do meu smartphone topo de gama.
Era o meu primo Zé Lérias, a convocar-me para uma reunião do Conselho do Estado Maior da Povoa, marcada para as 3 horas na adega do Tóni. Não precisava de levar nada porque já tinha providenciado o chouriço, a broa e azeitonas.

Informei-o de que não poderia comparecer porque estava na capital a tratar de assuntos importantes. Também chamei atenção para o facto de a ementa ser sempre a mesma.

Não gostou muito da minha ausência, mas lá me foi adiantando o motivo da urgente da reunião, que tinha haver com a entrada de um governante na zona territorial do nosso concelho sem qualquer autorização. A situação já tinha originado uma reunião do gabinete de crise da Câmara Municipal e um violento comunicado do nosso (dele) Presidente da Câmara.

Agravar a situação, a suspeita que o delito tinha sido facilitado por altas esferas da Coligação Juntos pelo Mealhada.

A situação era de tal forma melindrosa que a redacção do JM estava a trabalhar na matéria e a IURD tinha interrompido a emissão para um jornalista da RCP entrar em directo.

O meu primo estava fulo pelo facto de ninguém ter levado a serio os constantes alertas dos relatórios mensais produzidos pelo SIP (Serviços de Informação da Povoa), que chamavam atenção para a situação de altas individualidades da nação, como Ministros, Secretários de Estado, Presidentes de Câmaras e de Juntas de Freguesia virem à Mealhada ao leitão e não passarem cavaco a ninguém.
Para ele também se trata de o problema de saúde publica, porque "vem cá comer sem provarem que tem as vacinas em dia".
Era de opinião que o maior responsável era o Presidente de Câmara Municipal de Lisboa que permitia que aquela ceita do governo e afins, anda-se lá de um lado para o outro, sem lhe darem satisfações.  

Mas agora era o cumulo, tínhamos que agir rapidamente e em força.

Onde é que já se viu um Secretario de Estado do Desporto vir visitar a Selecção Nacional sem previamente informar os presidentes da Câmara e da Junta de Freguesia.

Acordei a pensar que se tratava de um sonho mas agora depois de consultar o site do JM fiquei baralhado.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

É urgente imaginar

O conhecimento é limitado, já a imaginação pode viajar por todo o universo.

O homem pode estar limitado na sua acção mas ninguém o pode limitar o seu imaginário.
Grandes obras literárias em vários domínios foram imaginadas ou escritas em cárceres. Embora presos ou limitados na sua liberdade, ninguém os impediu de imaginar e sonhar.

Neste momento de crise onde a situação nos prende e nos limita nos movimentos, nada melhor que imaginar saídas e alternativas.
Nada adianta tentar arranjar culpados, porque todos de um modo geral somos culpados, por acção ou omissão.

Não podemos cingir-nos ao nosso limitado universo por aquilo que já conhecemos.
Não devemos recear a mudança,só porque nos leva para um mundo diferente. 

Nestes momentos em que nos sentimos confortáveis com o nosso conhecimento do que nos rodeia, é bom lembrar Albert Einstein:

"Sou artista o suficiente para desenhar livremente com a minha imaginação. A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado, a imaginação dá volta ao mundo."

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Para onde vamos?

Não sou muito velho, mas o suficiente para ficar baralhado quando me perguntam se já vi o Titanic.

Nunca sei se se estão a referir ao filme, se ao barco.

Quando comecei a trabalhar, nos escritórios da empresa o compasso era marcado pelo bater das maquinas de escrever. O papel químico era indispensável para ficarmos com copias dos documentos. A folha azul de 21 linhas e os selos fiscais faziam parte do acervo de qualquer casa.
Os computadores eram do tamanho dos frigoríficos e só vistos em filmes de ficção cientifica.
As noticias chegavam à Lusa por telex.
Ter uma reunião ou tratar de um assunto na capital podia significar pernoitar fora de casa.

Entretanto o nosso mundo evolui de tal forma que está irreconhecível.

E quem marca o ritmo? A velocidade?

Todos.

Nunca estamos saciados.
Andamos sempre numa correria e sempre atrasados.

Hoje constroem-se fabricas para construir um modelo de automóvel com um período de laboração estimado de 4 ou 5 anos. Depois logo se vê, se é viável construir na mesma fabrica outro modelo ou se é transformada para produzir motores para barcos.

Uma empresa que ontem produzia enxadas, hoje produz alfaias agrícolas e amanha pode fabricar componentes para as viaturas que vão explorar Marte.
A mesma empresa ontem precisava de um serralheiro, hoje precisa de um engenheiro mecânico e amanha de um engenheiro aeroespacial.

No tempo dos nossos pais, o emprego era para toda a vida. Só de lá saiam quando deixavam de produzir ou se mudavam definitivamente para a ultima morada.

Muitos da minha geração para se manterem na crista da onda andam em constantes formações para não irem ao fundo e os que vão caindo da prancha dificilmente conseguem voltar apanhar a onda. 

As próximas gerações irão andar numa roda viva, sempre de mala às costas com uma bússola que indique o T de trabalho na vez do N de norte e provavelmente com uma porta USB na testa, para actualizações constantes dos programas cerebrais.

É injusto?

Talvez, mas somos todos em comum que decidimos de uma forma indirecta o percurso que a economia tem vindo a tomar.

sábado, 7 de setembro de 2013

As empresas estão a contratar

No mercado actual cada vez mais as empresas estão a dispensar os trabalhadores e estão a contratar clientes. Algumas estão a fazê-lo maciçamente e com bastante sucesso.

Quem tem um negocio ou está a pensar iniciar um, devia começar a fazer o mesmo, ou seja a seleccionar e a contratar clientes.

Inicialmente sem salários ou honorários e lá mais para a frente logo se verá quanto é que os clientes terão que pagar, para trabalhar.

Pensam que estou a reinar?

Todos nós já trabalhamos para as empresas há anos.
Sem nos apercebermos fomos seleccionados, contratados e começamos a trabalhar, na boa.

Em que profissões?
Em muitas, telefonista, balconista, gasolineiro, portageiro, empregado de mesa, bancário e por ai adiante.

Começamos por dispensar as telefonistas quando começamos a discar o telefone. Nas lojas os balcões desapareceram e levaram os balconistas, fomos contratados para pegar os produtos das prateleiras, carrega-los até à caixinha registadora onde já somos convidados a fazer os registos e pagar sem ajuda. Alombamos com caixas de tábuas para com as nossas ferramentas montarmos em casa as nossas mobílias. Fomos contratados a carregar a nossa bandeja e serpentear entre mesas e cadeiras sem direito a uma gorjeta. Os bancos apostaram tanto nas nossas capacidades de bancários que criaram um banco para cada um, o homebank.

Assim, as empresas vão conseguindo empregados sem salários, nada de seguros de acidentes de trabalho, nada de descontos para a Segurança Social, só redução de custos.

Mas o mais do que isso, eles assim conseguem olhar através dos nossos olhos e ao verem com os nossos olhos, facilmente aprendem como nos podem fazer felizes.

Assim, até na córnea economizam.

Quem é que ficou esclarecido?

Do circo nunca fui fã, mas adoro sessões de esclarecimento.

Diz quem assistiu ontem nos 3 Pinheiros, à sessão de esclarecimento com os candidatos à presidência da câmara municipal da Mealhada, que foi um circo.

Pelo pouco que tive oportunidade de ouvir (mal) via online, acrescento que foi um péssimo espetáculo.

Quanto aos artistas, nota 5 para João Louceiro, Gonçalo Louzada acusou o peso da responsabilidade, Ricardo Coelho aparentemente num papel de um filme que não era dele e Dr. Rui Marqueiro o palhaço de serviço.

De facto o Dr. Rui Marqueiro foi o que mais sobressaiu, mas pela negativa.

Conseguiu, quase na perfeição, personificar o que de pior tem a politica, e embora já me tivessem avisado, esperava que fosse mais civilizado, tolerante e humilde (e mais coisas que não me apraz aqui escrever).

Aparentemente, ainda não se apercebeu que todos estamos fartos de politiqueiros e de tudo aquilo que representam.
Ninguém o deve ter informado que ia para uma sessão de esclarecimento, repito, sessão de esclarecimento e não para um ringue de boxe.

Não sei qual a necessidade de se descer tão baixo.
Até o Sr. vereador José Calhoa se prontificou a um número de contorcionista, ao fazer uma das perguntas encomendadas, sem nenhum propósito de obter esclarecimento e só com o propósito de rebaixar os adversários.

A sorte do Dr. Rui Marqueiro foi o de a audiência do debate não ser grande, porque se todas os eleitores do concelho tivessem assistido, atualmente só contaria com os votos de alguns elementos das suas listas.
Diz quem viu que pela cara de alguns, o desconforto era visível e que saíram com cara de envergonhados.

Simplesmente degradante e um péssimo serviço à política (decente, digo eu).

Será que o homem anda nervoso com o resultado das sondagens?

Relaxe, ainda não acabaram com o Fundo de Desemprego.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Aqui estou eu



A nossa primeira acção neste mundo foi a de chamar atenção.
  
Espontaneamente ou com ajuda de uma palmada aplicada no rabo pelo medico, berramos ou choramos, e com isso dissemos presente.

Recém nascidos, chamamos a nossa atenção em multimédia de 3D, com audio, imagem e odor, principalmente com muito odor.

Instintivamente sabíamos que o poder de chamar atenção era vital para a nossa sobrevivência, num ambiente extremamente competitivo.
O que nos faltava em força ou tamanho sobrava na capacidade de darmos nas vistas.
Nem os melhores anúncios conseguiam competir com os nossos pulmões, digo comunicação, e quando nos davam atenção, retribuíamos com simpáticos sorrisos.

No entanto crescemos e desaprendemos os nosso instintos de sobrevivência, vamos sendo moldados à cultura, crenças e valores de quem nos rodeia.
Somos orientados a crescer e aprender a ser discretos, a evitar a chamar atenção da nossa presença, a fazer tudo pela certa para não errar.
Nas aulas, em formações, em convívios, regra geral em situações fora da nossa zona de conforto, apagamos a nossa presença escorregando pelas cadeiras para evitarmos ser-mos convidados a participar.

Mas o que nos leva a ter estes comportamentos?

O medo de errar, o receio de fazer má figura, falta de auto-confiança, e de que os outros vão pensar?

Ai, entramos no mundo do trabalho e da competição, onde não basta ter o conhecimento e um vasto curriculum, é fundamental que todo o mundo o saiba.
É necessário andarmos em bicos de pés e um passo á frente, para quando surge o problema todos se lembrem de nós como a solução.

Nos momentos actuais é fundamental sermos notados.

Mas de preferência sem odor.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

110 anos de Mito






Compramos bens e serviços?

Não, não compramos só bens e serviços.

O nosso dinheiro vai para a caixa registadora de quem melhor entende os nossos sonhos, anseios e expectativas.

E as nossas necessidades básicas?

Conheço muito boa gente que deita as necessidades básicas para trás das costas e correm que nem balas atrás dum sonho ou desejo.

A minha prima pode estar a cair de fome, mas se antes de chegar ao restaurante encontrar uma montra de uma sapataria perde logo o apetite e troca o maior manjar por uns chanatos da moda.

Há um domínio muito bem explorado que procura quem já tem tudo e vive frustrado por ter deixado de sonhar. Aparecem com um anti-frustrante e descongestionante do coração, a paixão brota e o coração volta a bombear.

Há cento e dez anos apareceu acompanhada de um motor possante e palpitante, fazendo um tum-tum-tum de um contra-baixo que vibrava de entre as pernas até ao coração.
Nascida numa empresa de garagem, iniciou os primeiros passos em corridas e no exercito americano. A sua imagem foi sendo associada à liberdade das décadas de cinquenta a setenta.
Filmes e actores como Marlon Brando, Peter Fonda, Richard Gere,  entre outros, ajudaram a criar a sua imagem de rebelde.

Mas a Harley-Davidson é a melhor mota?

Não percebo nada de motas, mas já li e ouvi mais de que uma vez, que não.
Mas se não é a melhor, porque é que tantos ambicionam ter uma e muitos outros tanto a veneram. Será do tum-tum-tum?

Dizem-me que não é a melhor mota, mas é sem duvida o maior mito.

No entanto a certa altura acabou por ser ultrapassada pelas maquinas japoneses que com as suas Honda´s, Kawasaki´s e Yahama´s mais bem vestidas, brilhantes, sem ruído e sem poeira, e por isso politicamente  mais correctas.

Já quando em agonia, a Harley suspirava os últimos tum-tum-tum os funcionários assumiram a empresa para tentar resgatar o sonho.

Muitos perguntam se ainda existe alguém que queria sonhar um sonho antigo? 
Eu diria que muita gente.

Se na altura tivessem feito um estudo de mercado, os consumidores teriam preferido que o renascimento se fizesse com linhas futuristas e com a tecnologia avançada dos japoneses. Mas os estudos de mercado servem para pesquisar a razão. A Harley Davidson deu a volta por cima porque pesquisou o coração e fundamentalmente a paixão.
Assim dos pouco mais de 15% de quota de mercado, actualmente está na casa dos 55% e continua alimentar muitos sonhos.

Muitos actuais quarentões e cinquentões quando jovens sonharam e acalentaram guiar uma harley, para horror dos seus pais.
A ressuscitação da Harley veio permitir-lhes que depois trabalharem toda a semana, de fato e gravata, pudessem realizar o seu sonho ao fim de semana. Vestem-se de couro preto com ilhoses cromados, amarram um lenço na testa, se forem radicais colam uma tatuagem no braço e com cara de reguila, saiam estrada fora tum-tum-tum.

Na pratica eles só compram a realidade, o sonho e o tum-tum-tum são de borla.

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