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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Globalização

O trabalhar numa organização que está espalhada por quatro continentes dá-me uma percepção de quão diferente são certas culturas. Ao contrário do pensamento corrente de que as Tecnologias de Informação irão a curto prazo unificar culturalmente os povos, até existe uma corrente que afirma que o mundo tem tendências a ocidentalizar-se, eu penso e tenho essa experiência, que as novas tecnologias servem é para acentuar as grandes diferenças que existem entre as várias culturas e subculturas dos vários povos que habitam o nosso planeta.

Por exemplo tentem trabalhar, mesmo que à distancia como foi o meu caso, com um indiano que na sua maioria são crentes no hinduísmo. Para nós ocidentais o tempo é um dos bens mais precioso e escasso, para eles que acreditam na reencarnação, o tempo é uma coisa relativa ou seja acreditam que se não o fizerem nesta vida terão oportunidade de o fazer numa próxima.

Um colega que lá se deslocou, foi convidado para um almoço de negócios, que ao contrário dos nossos costumes, foi realizado em casa do anfitrião com toda a sua família e perguntaram-lhe se não tinha uma foto da família para mostrar. Para eles a família é importante, um pilar fundamental na sociedade e não são dados a grandes individualismos. As grandes decisões são tomadas com o consenso da família ou do grupo onde estão inseridos. As pessoas mais velhas são respeitadas e as suas opiniões tidas em consideração.

Mas se nos virarmos por exemplo para a Finlândia é tudo precisamente ao contrário. São de uma frieza estrema, o chegar atrasado uns 3 minutos é o suficiente para que uma reunião marcada com um mês de antecedência já não se realize, e o facto de o voo se ter atrasado, não é desculpa porque como foi explicado a um colega, "se era tão importante porque é que não veio no voo anterior".
São pouco dados a grandes intimidades e não gostam de ser tocados, pelo que para não sermos mal-educados devemos manter sempre uma distância do nosso interlocutor de mais ou menos um metro e meio.
Perguntar pela família é encarado como um abuso e invasão à privacidade.

Por isso, quem tem que tratar de qualquer assunto com pessoas de outras culturas deve previamente informar-se do que pode ou não fazer, para não acontecer o mesmo que um amigo empresário aqui da região de Coimbra que estragou um possível negocio, por simplesmente ter cruzado as pernas quando falava sentado de frente para 3 empresários da Arábia Saudita, nuns sofás de um hall de entrada num hotel em Lisboa.
Os árabes que tinham vindo a uma feira a Lisboa, levantaram-se num ápice a resmungar, e o meu amigo que tinha tido um imenso trabalho diplomático para os convencer a escuta-lo, para uma possível parceria, ficou assarapantado sem saber o que tinha dito de errado.
Só veio a saber mais tarde que nunca e em circunstancia alguma, se deve mostrar a parte debaixo do pé a um árabe, que para eles é um dos maiores insultos e de forma alguma tolerado.


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