Esta semana fui pela segunda vez à
biblioteca municipal da Mealhada.
A primeira foi já algum tempo para
participar num evento no auditório e desta vez como simples utente.
O meu vizinho deve andar ampliar a casa e
tenho acordado ao som de uma betoneira e adormeço ao som de marteladas. Para
poder trabalhar em sossego, pensei que o melhor local seria a biblioteca.
E se pensei, assim o fiz, peguei no
portátil na papelada e toca de ir despachar expediente para longe dos trolhas
contratados pelo meu vizinho.
Depois de um quarto de hora de assentar
arraiais numa das mesas, comecei a ficar com dúvidas sobre a opção tomada. A
Internet ainda deve ser da era analógica e o ruído é constante.
Se arquitetura do edifício não ajuda e
condiciona a disposição do mobiliário, os utentes e funcionárias contribuem
para a festa.
No hall
da entrada estavam uns reformados (já meios surdos) amantes do futebol que por
vezes comentavam animadamente os jornais desportivos: jovens em amenas
cavaqueiras de passagem para a secção dos DVD(s); um idoso que “dactilografava” uma carta em word (só lhe faltava rodar o carreto e
empurra-lo para a esquerda) e que constantemente tirava dúvidas com uma
funcionária que estava a uma certa distância; e para compor o ramalhete, uma
funcionária que com uma frequência cronométrica teimava em atravessar a sala,
subir e descer as escadas, tudo sobre madeira com uns sapatos de salto alto que
assim produzia um som muito idêntico aos das marteladas com que adormeço.
Nas pouco mais de duas horas em que por la
permaneci cheguei à conclusão que o local é próprio para tudo menos para quem
procura um local silencioso, para por exemplo estudar.
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