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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Só para alguns.



Ontem almocei com um amigo de longa data. Chama-se António e são daquelas amizades que mantenho com base nas novas tecnologias de comunicação, complementadas de tempos a tempos à mesa, de preferência com uma travessa de leitão e um bom espumante fresco, num dos restaurantes da Mealhada (segundo ele, não vem à Mealhada só para me ver).

E quando isso acontece é para mim uma grande satisfação porque além de o rever, aprendo mais com ele durante a refeição do que em muitas formações e livros de grandes gurus.

O Antonio para muitos será um empresário, mas para mim é muito mais do que isso, é um inventor, empreendedor e realizador de sonhos.

Iniciou a sua atividade profissional, logo após terminar com boas notas o curso de direito, numa multinacional de consultoria e passados dois anos foi convidado para diretor de uma companhia de seguros, onde esteve perto de cinco anos, dois em Portugal e os restantes na Suíça. A companhia acabou por ser adquirida por uma congénere e ele entre ter que aceitar o convite dos novos patrões para ir para um país da América Latina ou negociar a sua saída, optou pela segunda hipótese e rumou a Lisboa.

Embora com vários convites de trabalho com bons ordenados e regalias, optou por pôr em prática os conhecimentos adquiridos em beneficio próprio.

Adquiriu um pequeno restaurante numa zona velha de Lisboa e esfalfou-se durante dois anos, trabalhando doze a dezasseis horas por dia, os sete dias da semana, para rentabilizar o investimento. Passados quatro anos após o início da sua aventura na restauração tinha um dos restaurantes mais in de Lisboa e tinha mais três fast-food em centros comerciais, onde iniciou um novo conceito de alimentação e empregava ao todo 28 pessoas.
Vendeu os negócios da restauração por uma pipa de massa a um grupo de investidores, que entretanto desenvolveram o negócio que hoje é uma marca conhecida e está presente em quase todos os centros comerciais.

Com parte do capital ganho, rumou com a noiva para o nordeste brasileiro onde comprou uma estalagem meia abandonada à beira-mar e com uma grande extensão de terreno.
Após reabilitar a estalagem e plantar grande parte do terreno com árvores de frutos tropicais, diz ele que pouco ou nada fazia, só mandava fazer. Andou mais de um ano de calções e t-shirt, e os dias eram invariavelmente a pescar, a namorar, a passear de jeep, a namorar e pouco mais. No entanto continuava a prosperar, de tanto namorar, a noiva engravidou, e os negócios da estalagem e da fruta evoluíram de tal maneira que entre arranjar alguém para o ajudar ou vender, optou novamente pela segunda hipótese. Despachou a estalagem a um clube de férias inglês e as frutas a um fazendeiro vizinho. Mais uma vez realizou um grande lucro, mas desta vez, segundo o próprio, sem grande esforço.
Parte dos reais foram para comprar uma casa à beira mar, próxima da estalagem onde viveu aproximadamente quatro anos e para onde ruma para passar férias duas vezes por ano.

Regressou a Portugal, matriculou-se num mestrado de gestão e enquanto estudava fazia uns part-times na empresa de consultoria onde iniciou a sua atividade profissional.

Com o mestrado concluído e sem saber ao certo o que fazer como ele, dedicou algum tempo a visitar grandes cidades europeias para ver as modas. Fruto da pesquisa que fez e mais pelo que viu, arriscou no que à partida parecia o negócio mais improvável. Criou e montou um negócio de exterminar pêlos.

Começou por uma "clinica do pêlo" na zona de Alvalade e passados três anos, tem quatro por sua conta e mais onze espalhadas pelo país, franchisadas. Segundo ele é um negócio que não para de crescer. Inicialmente tratava de eliminar pêlos em certas partes do corpo a mulheres e agora elimina pêlos ao corpo inteiro a mulheres e homens.

Deu-me agora a notícia que está em vias de vender o negócio, com uma grande mais-valia, a uns investidores africanos que estão apostar forte em negócios de moda.

Mas afinal qual é o teu segredo para o  sucesso nos negócios?

Simples, nunca olho para o negócio numa perspetiva de autoemprego, tudo o que faço é numa perspetiva de lhe acrescentar valor, reduzo os custos fixos ao mínimo e o máximo aos custos variáveis, muito, mas muito seletivo na escolha dos recursos humanos e premeio sempre os colaboradores que me ajudam a obter os objetivos previamente planeados. Complemento tudo com boa disposição, empreendorismo e uma boa dose de inovação.
Por muitas voltas que o mundo dê as pessoas necessitam e vão continuar sempre a necessitar de comer, vestir, e principalmente de sonhar. Se conseguires uma maneira melhor e diferente de as satisfazer estás sempre safo.


Até parece fácil!

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