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sábado, 14 de setembro de 2013

Cabral, o mal amado,

Talvez seja o político concelhio com mais tempo na política activa, o que ocupou por mais tempo o gabinete presidencial e por isso devia merecer melhor consideração e respeito dos seus pares do partido.

Os últimos desenvolvimentos, como foi o caso da última Assembleia Municipal em que o PS se fez representar por "meia dúzia de gatos-pingados", tem demonstrado aquilo que para mim é há muito uma certeza.

O professor Carlos Cabral sempre foi o mal-amado do PS concelhio, porque obteve a cadeira da presidência da câmara municipal sem nunca ter passado por um verdadeiro crivo do partido.

Iniciou a sua actividade politica muito novo e em 1979 assentou praça na vereação da câmara como representante da esquerda afecta ao partido comunista, de onde foi pescado em 1989 pelo então e agora candidato Rui Marqueiro, para seu braço esquerdo.

O convite foi simplesmente por conveniência política da época, porque as afinidades eram poucas ou nenhumas. Até ali tinha sido um dos maiores críticos às gestões camarárias, intervaladas pelo PS e PSD.

A sua ascensão ao topo dá-se poucos meses antes das eleições de 2001, forçada pela saída do Dr. Rui Marqueiro que opta por voos mais altos e para o aparelho do partido foi sempre vista como uma situação temporária e aceite com muitas reticências. Para o Dr. Rui Marqueiro também foi uma maneira de deixar a porta entreaberta.

Logo nas eleições que se seguiram em 2001, foi a tourada que se viu, que originou uma intervenção dos órgãos nacionais, a criação do MOI e a consequente expulsão de uma serie de militantes.

Passados anos, já com o aparelho tomado pelo Dr. Rui Marqueiro e companhia, depois de muitas guerrilhas internas, quando já muitos rezavam a extremonção politica ao Prof Carlos Cabral, vem a ordem do Largo do Rato que obrigava as concelhias a reconduzir os candidatos que já se encontrassem em funções.
O Dr. Rui Marqueiro para não perder a face, lá conseguiu enfiar dois vereadores e o Presidente da Assembleia Municipal mas só com a intenção de azucrinar a cabeça ao Cabral.

Nos entre tantos,  o Professor foi criando dentro da estrutura partidária poucos amigos e muitas inimizades. As maiores críticas e oposição à sua gestão vieram de dentro do seu agora partido. Nalgumas situações foram elementos de outras forças partidárias que tiveram que vir em sua defesa.

Muitos dirão, mas ganhou com maioria absoluta 3 eleições autárquicas.

Sim é verdade. Mas aqui entra a teoria do meu primo Zé Lérias. Qualquer candidato do PS no concelho da Mealhada tem grandes hipóteses de ganhar.
E se a teoria não estivesse certa e as eleições fossem ganhas tendo em consideração os candidatos, o Professor Carlos Cabral tinha sido eleito quando era cabeça de lista pela APU (Partido Comunista e Comp. Lda), ou seja oportunidades não faltaram para os eleitores o eleger.

E foi não perceber isto que o tramou. Embora não lhe seja fácil engolir, de facto quem ganhou as eleições foi o PS e não o Professor Carlos Cabral.

Mas partidarites à parte, foi um bom presidente de Câmara?

Na minha opinião não foi mau, mas muito longe daquilo que eu entendo ser um bom presidente de câmara.
Aliás, para mim definiu-se quando se congratulou quando o criticaram de fazer uma gestão de merceeiro.

Ora, eu não tenho grande admiração por merceeiros.
Primeiro se fossem tão bons como se diz, não estavam em vias de extinção e depois um deles foi a causa de muitas palmadas que levei da minha mãe, porque dava-me o troco em rebuçados.

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