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sábado, 27 de dezembro de 2014

Por favor não me obriguem a continuar a ser accionista da TAP

Por necessidade de realizar receitas extraordinárias ou por razões de liberalização económica, o estado já vendeu todo o seu património válido. O pouco que resta, onde se incluem as empresas de transportes, pouco ou nada vão render. Aliás, parece-me que o estado, ou seja os contribuintes, vão  ter que pagar, para que alguém fique com os monos.

Há quem sempre tenha sido da opinião que deviam ter sido as primeiras a serem despachadas e o tempo tem-no provado. Até agora só tem servido para dar empregos a "boys", de artilharia pesada dos sindicatos e um autêntico sorvedouro de dinheiros públicos.

Tudo isto só tem sido possível manter, à custa de alguns inteligentes que à falta de argumentos válidos, prontamente levantam a bandeira do serviço público.

Mas indo ao que actualmente está na berlinda, a privatização da TAP.

A história da tentativa de privatização da TAP é longa, tem mais de 20 anos e alguns dos seus principais protagonistas vão mudando de opinião conforme lhes é mais conveniente. Ora são a favor, ora são contra, conforme o clube partidário esteja a governar ou seja oposição. 
E é neste impasse que a TAP tem sobrevivido. Após a nacionalização e como aconteceu na maioria das empresas nacionalizadas, seguiu-se uma autêntica bebedeira de privilégios dados aos seus funcionários, sendo que alguns roçavam a obscenidade. É claro que as ressacas foram sendo curadas à custa de injecções de capital público e de endividamento.

Com o início da liberalização do transporte aéreo, um ministro socialista de seu nome Jorge Coelho resolve acabar com o reinado dos comissários, que até aí tinham desgovernado a empresa, resolve mudar a bitola, apostando numa gestão profissional e vai buscar um brasileiro com currículo.
Para os mais esquecidos, lembro que a nomeação gerou muita polémica e um dos argumentos da altura, foi a necessidade de preparar a empresa para sua necessária privatização.
Também para os mais liberais, lembro que o partido socialistas volta e meia, tem assombros de lucidez.

Desde de então a gestão da TAP tem sido equilibrada, mas em constantes braços de ferro com os sindicatos, com os resultados sempre dependentes das oscilações dos preços do petróleo e embora não isenta de erros, como foi o resultado do investimento feito numa empresa de manutenção no Brasil.

O resultado actual é o de uma empresa descapitalizada, com uma dívida monstruosa, a necessitar de renovar urgentemente a sua frota e a perder diariamente clientes para a concorrência, ou seja, a um pequeno passo de falir.

Depois de ter estado em vários programas eleitorais e programas de governos, a privatização da TAP constava no memorando de entendimento com a Troika, e depois de uma tentativa falhada há dois anos, agora que apareceram alguns interessados e parecia que a coisa ia acontecer, eis que meio mundo virou-se contra a privatização ou contra este tipo de privatização, mas tambem não adiantam onde ir buscar o graveto.

Na parte que me toca, estou-me borrifando que a TAP seja ou não privatizada, tanto mais que quando necessito, utilizo a transportadora aérea que me faz as melhores condições e com as melhores hospedeiras, por isso tenho utilizado muito poucas vezes a TAP.

Portanto, vendam-na, oferecem-na aos trabalhadores ou ao António Costa, ou pelo menos arranjem umas gajas boas para hospedeiras, mas por favor, não me obriguem a continuar a ser contribuinte ou accionista da TAP, 

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