Hoje chegam os dedos de uma mão para contar os amigos mais chegados que se
mantêm casados.
Alguns com idades de serem avôs, que deveriam estar a preparar os tarecos
para irem para o lar da Misericórdia regressam ao "berço" das
casas dos progenitores.
Fruto do simplex o pessoal hoje casa-se e descasa-se,
une-se e desune-se mais rápido do que eu demoro a escolher um carro.
Tratando-se o casamento à luz do direito, a celebração de um contrato de
duas pessoas com o estado, vê-se logo que tal como as parcerias públicas
privadas, o estado não cuida devidamente dos seus (nossos) interesses.
Se há 4 ou 5 décadas, os casamentos eram para toda a vida, hoje os
casamentos são enquanto o forem.
Muitos querem resumir as causas dos fracassos, a factores imponderáveis,
como a sociedade actual, o excesso de trabalho, o stress, a crise económica, o facebook, outras mulheres ou outros
homens.
Cada caso é um caso, e não sendo um expert, noto existir um padrão
comportamental na causa.
Para mim a principal causa, atrevo-me a dizer que, o único motivo valido
que encontro é a preguiça.
Sim a preguiça.
Manter uma relação dá muito trabalho. Manter uma casa arrumada e limpa dá
muito trabalho. Cuidar e educar os filhos dá muito trabalho. Satisfazer e
valorizar quem está ao nosso lado dá muito trabalho. Tolerar e aceitar o que
menos gostamos do outro é uma trabalheira.
Ou seja a felicidade é uma carga de trabalhos.
Para mim é este o principal problema das relações dos dias de hoje. A
preguiça.
Chegamos a casa cansados e não queremos ter trabalho. Tornamo-nos egoístas,
e exigimos do outro aquilo que não exigimos a nós.
Também pode acontecer que uma das partes dêem o litro pela relação e lutem, trabalhem, façam tudo para que a relação dê certo, mas do outro lado está uma
lontra prostrada no sofá, que a única coisa que mexe é o dedo para mudar de
canal na TV.
A minha teoria é esta. Agora é só praticar.
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