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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Para onde vamos?

Não sou muito velho, mas o suficiente para ficar baralhado quando me perguntam se já vi o Titanic.

Nunca sei se se estão a referir ao filme, se ao barco.

Quando comecei a trabalhar, nos escritórios da empresa o compasso era marcado pelo bater das maquinas de escrever. O papel químico era indispensável para ficarmos com copias dos documentos. A folha azul de 21 linhas e os selos fiscais faziam parte do acervo de qualquer casa.
Os computadores eram do tamanho dos frigoríficos e só vistos em filmes de ficção cientifica.
As noticias chegavam à Lusa por telex.
Ter uma reunião ou tratar de um assunto na capital podia significar pernoitar fora de casa.

Entretanto o nosso mundo evolui de tal forma que está irreconhecível.

E quem marca o ritmo? A velocidade?

Todos.

Nunca estamos saciados.
Andamos sempre numa correria e sempre atrasados.

Hoje constroem-se fabricas para construir um modelo de automóvel com um período de laboração estimado de 4 ou 5 anos. Depois logo se vê, se é viável construir na mesma fabrica outro modelo ou se é transformada para produzir motores para barcos.

Uma empresa que ontem produzia enxadas, hoje produz alfaias agrícolas e amanha pode fabricar componentes para as viaturas que vão explorar Marte.
A mesma empresa ontem precisava de um serralheiro, hoje precisa de um engenheiro mecânico e amanha de um engenheiro aeroespacial.

No tempo dos nossos pais, o emprego era para toda a vida. Só de lá saiam quando deixavam de produzir ou se mudavam definitivamente para a ultima morada.

Muitos da minha geração para se manterem na crista da onda andam em constantes formações para não irem ao fundo e os que vão caindo da prancha dificilmente conseguem voltar apanhar a onda. 

As próximas gerações irão andar numa roda viva, sempre de mala às costas com uma bússola que indique o T de trabalho na vez do N de norte e provavelmente com uma porta USB na testa, para actualizações constantes dos programas cerebrais.

É injusto?

Talvez, mas somos todos em comum que decidimos de uma forma indirecta o percurso que a economia tem vindo a tomar.

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