A nossa primeira acção neste mundo foi a de chamar atenção.
Espontaneamente ou com ajuda de uma palmada aplicada no rabo pelo medico, berramos ou choramos, e com isso dissemos presente.
Recém nascidos, chamamos a nossa atenção em multimédia de 3D, com audio, imagem e odor, principalmente com muito odor.
Instintivamente sabíamos que o poder de chamar atenção era vital para a nossa sobrevivência, num ambiente extremamente competitivo.
O que nos faltava em força ou tamanho sobrava na capacidade de darmos nas vistas.
Nem os melhores anúncios conseguiam competir com os nossos pulmões, digo comunicação, e quando nos davam atenção, retribuíamos com simpáticos sorrisos.
No entanto crescemos e desaprendemos os nosso instintos de sobrevivência, vamos sendo moldados à cultura, crenças e valores de quem nos rodeia.
Somos orientados a crescer e aprender a ser discretos, a evitar a chamar atenção da nossa presença, a fazer tudo pela certa para não errar.
Nas aulas, em formações, em convívios, regra geral em situações fora da nossa zona de conforto, apagamos a nossa presença escorregando pelas cadeiras para evitarmos ser-mos convidados a participar.
Mas o que nos leva a ter estes comportamentos?
O medo de errar, o receio de fazer má figura, falta de auto-confiança, e de que os outros vão pensar?
Ai, entramos no mundo do trabalho e da competição, onde não basta ter o conhecimento e um vasto curriculum, é fundamental que todo o mundo o saiba.
É necessário andarmos em bicos de pés e um passo á frente, para quando surge o problema todos se lembrem de nós como a solução.
Nos momentos actuais é fundamental sermos notados.
Mas de preferência sem odor.
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