Em momentos de crise,
perdemos de vista o que ficou para trás e o interesse pelo que vem depois.
Ficamos ocupados com o momento e com a sua gravidade. Só vemos o lado escuro
das coisas e o quanto ainda teremos que penar.
A
nossa reação perante algum advento mais adverso é economizar. Começamos a
economizar o presente, enquanto arquivamos as experiências passadas, que nos
revelaria ser esta, apenas mais uma crise, entre muitas outras que virão na
normal correria das sociedades ditas modernas.
Os
momentos de dificuldade também são os momentos de reflexão, para olhar de fora
e pensar no que mudar do lado de dentro. Não existe oportunidade se não existir
adversidade. Quando tudo vai bem, não há progresso real, apenas progresso
natural. Alguém já disse que a necessidade é a mãe das invenções.
O
problema é que a incerteza nos atormenta, pois não estamos preparados para
alojar o futuro desconhecido que nos bate à porta.
Mas
crises podem ser profiláticas se aplicadas diretamente no nosso ego.
Não
são os maiores, nem os mais fortes que sobrevivem às crises. Os que sobrevivem
e permanecem são os que mais depressa se adaptam.
As
oportunidades circulam à nossa volta, por isso precisamos de estar atentos e
sintonizados para as decifrar, interpreta-las e apanha-las em andamento.
Li recentemente uma entrevista de um atual
CEO e herdeiro de um grande grupo empresarial que foi fundado pelo seu avô que
era ferrador. Na segunda década do seculo passado, mudou-se do campo para a
periferia da cidade, à procura de uma melhor vida. Cedo se apercebeu que
dia para dia eram menos os cavalos e mais os automóveis. Na igreja onde
religiosamente ia todos os domingos, reparou numa figura sagrada esculpida em
madeira com uma perfeição
impressionante. O que mais lhe chamou atenção foram as sandálias que o artesão
tinha esculpido em madeira e que calçavam o santo.
Em pouco tempo passou de calçador de cavalos para o maior
fabricante de calçado da cidade. Embora praticamente analfabeto fundou um império.
Segundo o seu neto uma reclamação de um cliente era um motivo para o seu avô
melhorar, fazer melhor, aperfeiçoar. Para o seu avô não se tratava só de
fabricar calçado, tratava-se de satisfazer as necessidades dos seus clientes. O
que para uns seria um motivo de desânimo para ele era um motivo de melhoria.
Tudo começou na antecipação a uma adversidade e onde todos viam uma bela
estatueta em madeira, alguém reparou num potencial negócio.
Mas para mim, o melhor exemplo de que
devemos estar sempre atentos é o do homem mais rico
do mundo Carlos Slim (mexicano). Em recente entrevista disse que encontrou a
sua grande inspiração para os negócios na revista Playboy, entre fotos de raparigas nuas, num
artigo de Jean Paul Getty.
Já
alguém reparou que a Playboy tinha artigos?
Pois, estejam atentos.
Pois, estejam atentos.
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