Foto gamada daqui |
Assim de repente,
podia falar sobre a obra inacabada do centro da Mealhada, ou da contratação para
a sede do município de um segurança, não sendo explicito se é para controlar os
funcionários da autarquia ou se para controlar os utentes, ou da municipalização
da educação, ou da grande afluência registada na Assembleia-Geral da Associação
do Carnaval, ou do êxito do Festival de Samba, ou sobre muita e muita coisa que
vai acontecendo por aqui.
Mas hoje vou debruçar-me sobre um
assunto que me é caro e diz respeito à dinamização da economia da vila do Luso.
No passado dia 20 de Julho, a digníssima
Vereação do município da Mealhada, aprovou um programa de apoio ao termalismo
clássico em parceria com a Maló Clinic e para o efeito disponibilizou para o
que sobra do corrente ano a simpática verba de 63.000,00€.
Este tipo esquema, que de resto é
muito utilizado por todas organizações públicas que vivem dos nossos impostos,
prova a minha teoria, de que aparentemente existe alguma dificuldade dos dirigentes
em ter ideias para gastar os recursos que lhes caem nos cofres sem grande
esforço.
O programa em apreço, promovido
pela Camara da Mealhada estipula que qualquer pessoa que tenha uma prescrição
médica do SNS, não importa que seja rico ou pobre, é subsidiado até 90,00 euros,
nos tratamentos termais que tenham uma duração mínima de 6 dias e sejam
ministrados nas termas do Luso que são exploradas pela Maló Clinic.
Segundo o documento que foi
aprovado por unanimidade, o propósito é o de tentar travar a diminuição da
procura dos tratamentos termais e as consequentes repercussões na economia
local. Ou seja para dinamizar a economia local, neste caso do Luso, a camara
municipal resolve subsidiar um serviço que é prestado por uma empresa privada.
Como sou um adepto incondicional
do mercado livre e da livre concorrência, a utilização de recursos públicos para
subsidiar serviços prestados por privados provoca-me uma certa urticária.
Mas, meus caros amigos e génios do
executivo camarário da Mealhada, se de facto a intenção é a de dinamizar a
economia do Luso e não beneficiar a empresa Maló Clinic, existem outras
maneiras com efeitos mais rápidos, não menos importantes para a saúde pública e
muito mais abrangentes.
Querem que vos dê um exemplo?
Porque não, subsidiar as atividades
promovidas pelas senhoras que se encontram nas bermas da estrada para o Luso?
Imaginem na repercussão que tal
apoio podia ter no tecido económico do Luso e arredores.
Imaginem que um individuo com
necessidade de dar uma cambalhota, passava pela camara municipal para levantar vouchers
no valor de 90,00€ só transacionáveis em estabelecimentos comerciais do Luso.
A caminho do Luso escolheria uma
senhora, que a levaria a almoçar ou jantar num dos restaurantes, sem antes lhe
comprar uma flor na florista e passar pela farmácia para comprar umas camisas, enquanto ela de fugida se aperaltava no
cabeleireiro. Depois do repasto provavelmente dariam um passeio e apreciariam
as montras do vasto comercio do Luso e talvez depois de beberem um copo numa
das deslumbrantes esplanadas, acabariam a dar umas valentes cambalhotes num dos
hotéis ou se os vouchers já não chegassem numa das residenciais.
Imaginem nas repercussões na
economia local, nas melhorias das condições de trabalho e do serviço prestado
pelas ditas senhoras, com claros reflexos na saúde e bem-estar dos clientes.
E para terminar deixo aqui um
repto. Quando tiverem dificuldade em saber onde gastar o dinheiro e quiserem
dinamizar a economia de outra localidade do concelho abram um concurso de
ideias.
Estarei sempre disponível para
colaborar.
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