Embalados pelo debate televisivo, os hooligans
das claques partidárias invadiram as redes sociais. Uns eufóricos pelo
desempenho de António Costa e outros ressabiados pela postura defensiva de
Passos Coelho. E como já estamos em plena campanha eleitoral, é notório que o
bom senso e a verdade começam a escassear, e o vulgar passou a ser dizer mal de
tudo o que foi feito e prometer melhorias imediatas.
Após algum tempo arredado do mundo
virtual, hoje ao aceder às redes sociais fui brindado com uma rajada de pérolas que não posso deixar de comentar:
- O PSD é que chamou a Troika.
E não só o PSD, como todos os outros
partidos com representação parlamentar que chumbaram o PEC IV. E se bem me
lembro o ministro das finanças Teixeira dos Santos, os banqueiros, empresários
e muitos outros, fizeram uma forcinha para trazerem a Troika. Mas sempre fiquei
com a ideia que o maior responsável pela vinda da Troika, foi o Dr. Mário
Soares que muito se vangloriou na altura de que tinha sido ele a convencer o
Eng Sócrates durante um longo almoço.
Mas já agora pergunto eu: não é mais
importante discutir as políticas que provocaram a quase bancarrota e
consequente intervenção da Troika?
- Com este governo a divida pública
aumentou.
De facto este governo exagerou nos gastos,
foram obras e mais obras, aumentos de vencimentos na função pública e nas pensões,
isto para não falar das carradas de PPP´s, Swaps, etc, etc.
Foi um autêntico “regabofe”. Sim, porque
os encargos com a dívida pública (alguma escondida debaixo do tapete), deixada
pelo anterior governo, foram uns meros tostões.
-Acabar com a austeridade e relançar a
economia.
Como eu gosto da malta que apregoa o fim
da austeridade. Basicamente querem dizer: vamos consumir que depois alguém
há-de pagar a conta.
O exemplo mais emblemático é a proposta
para redução da TSU. O pessoal fica agora com mais graveto para gastar e depois
lá mais para frente, quando o actual proponente estiver a candidatar-se à
Presidência da República e já não for primeiro-ministro, alguém há-de cortar
nas pensões ou arranjar quem pague.
Já agora, uma pergunta que me inquieta –
quem proclama este tipo de balelas sabe o verdadeiro significado de
austeridade?
-Este é o primeiro governo que vai
entregar ao seguinte o país mais pobre do que recebeu.
Sim, se bem me lembro este governo herdou
um rico país à beira da bancarrota, com os cofres vazios e sem recursos para
pagar as obrigações de curto prazo, e que teve que ser intervencionado por quem
nos emprestou algum graveto para sairmos do sufoco.
Já o desgraçado do próximo governo vai
herdar um país paupérrimo, mas com fundo maneio e para muita pena minha, sem ninguém
cá para os ensinar a governar.
Como diria o outro, QUERO VOLTAR PARA A
ILHA.
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